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22 de jul. de 2016

Empatias e empregadas

Sabe qual é o problema das pessoas hoje? Falta de empatia.


Não, não é a porcaria de uma "escola sem partido" que vai salvar a educação de alguém - até porque, aos defensores dessa ideia bisonha, desafio-os a mostrar um sistema educacional apartidário e funcional em qualquer lugar do globo e que não seja envolto por um sistema político ditatorial. Pensar incomoda muita gente, correto?


Carecemos de falta de afeto, de empatia, de sensibilidade ao direito de ser do outro, de respeito às decisões alheias, de não apontar o dedo. Mas é hipocritamente melhor atribuir a educação (em todos os aspectos) à figura da escola, ao diploma, ao "mestre", ao "doutor", e esquecer que a formação mais elementar de todas vem de casa, do exemplo dos pais, do ensinamento do respeito, da dignidade como ser humano dentro de uma comunidade. É a típica hipocrisia social, do alívio e transporte da culpa de uma sociedade falida para a primeira coisa que se vem à cabeça. Vive-se dentro do entorpecimento de excessos e bipolaridades, onde só se pode ter uma única visão, e destoar dela é fraquejar seja lá com quem for.


Empatia: palavrinha simples e mágica até, servida acompanhada de respeito e abertura. De carinho, de afago, de abraço, de beijo, de um monte de coisa bonita e bacana, hoje todas largadas de canto.

Ler os depoimentos da página Eu Empregada Doméstica me engasgou. Tenho um épico exemplo de dignidade dentro de casa, e só de imaginar que alguma coisa parecida já possa ter acontecido com essa pessoa já me deixa sem ação, me faz sentir inútil. É por causa dessa pessoa que eu hoje não sou cego, que eu não tive problemas de garganta porque ela correu atrás, ela é quem não me deixou estacionar e me empurrou para frente, mesmo não tendo conseguido metade dos facilitadores que hoje eu tenho.


Empregado doméstico não é sinônimo de vergonha. Nunca foi.

Empatia, galera, empatia. 

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