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14 de abr. de 2017

[Review] Kimi No Na Wa (Your Name)

** Atenção: o texto a seguir pode conter alguns spoilers **


A lenda do fio vermelho (Akai Ito) é de origem chinesa, onde diz que o Deus, encarregado desse fio, invisível para os humanos, amarram nos tornozelos dos homens e mulheres esse fio logo quando nascem. Segundo a lenda, as pessoas conectadas são suas "almas gêmeas" uma da outra, sendo assim, estão destinadas a passarem o resto de suas vidas uma com as outras, não importa o que aconteça. Também segundo a crença, quanto mais longe e mais nós esse fio tiver, mais as pessoas conectadas a ele estão tendo problemas e estão tristes, e quanto mais curto, mais felizes elas estão. (Fonte)
Desde o fim do ano passado eu escutei muito murmurinho sobre esta animação. Volta e meia aparecia algo sobre ela no meu Facebook, e então, aproveitando o feriado, chutei o balde e resolvi separar algumas horas para assisti-la. E não poderia ter sido mais feliz nesta decisão!

Your Name traz uma animação impecável, enredo simples mas com várias nuances e fatos surpreendentes e personagens muito cativantes. Mesmo o elemento sobrenatural presente na obra é sutil e explica de forma até supérflua, o que definitivamente não achei ruim, embora dê pano-pra-manga para talvez uma outra animação. O trabalho de Makoto Shinkai é um feliz presente em uma época que tenho visto roteiros e animações relativamente fracas, e me surpreende muito o filme sequer ter sido indicado ao Oscar já que tem tido uma aceitação absurda (foi o filme mais visto na semana de estréia no Japão).

Basicamente, o enredo gira em torno de dois jovens, que misteriosamente trocam de corpos durante a aproximação de um cometa próximo da Terra, algo que acontece só de mil em mil anos. A garota, Mitsuha Miyamizu, mora com a avó e a irmã em uma cidade minúscula e rural no Japão, tem um pai distante e sonha em ir para Tóquio. Já o rapaz, Taki Tachibana, é relativamente popular, pró ativo e trabalha em um restaurante italiano, onde também atua uma colega de trabalho cuja qual ele nutre um sentimento amoroso.

Preste atenção nas cenas do choro sem aparente razão dos personagens,
Quando percebem que há algo acontecendo e se dão conta que de fato um está no corpo do outro em dias alternados, decidem então deixar dicas entre para que saibam o que aconteceu quando eles interagem com amigos e parentes, que notam as diferenças quando trocaram de físico. A animação possui cenas engraçadas por conta disso, e ao contrário da corrente ocidental tradicional em querer jogar para o expectador rapidamente a trama e ação, a obra é bela justamente por dedicar boa parte do tempo mostrando cenários e particularidades que imergem a quem assiste no contexto. Aliás, este tipo de ação, de não ter relativa pressa e focar no ambiente em volta da história, é uma característica consagrada japonesa.



O filme é muito bonito em demonstrar as relações entre os personagens e o drama envolvido, principalmente na segunda metade. Fiquei muito surpreso com o rumo cujo qual as coisas foram tomando, coisa que só havia sentido já há bastante tempo, quando joguei e zerei To The Moon (se você gosta de RPG's, jogue. Se não gosta, jogue também! Quatro ou cinco horas são suficientes para terminar e aproveitar este sensacional game).

A trilha sonora é sensacional, combinando perfeitamente com cada parte do filme. A animação é impecável (embora eu tenha visto uma versão alternativa, que claramente mostra alguns defeitos), muito bonita e colorida (sem exageros), e os cenários... Ah, os cenários! É cada um melhor que o outro, uma verdadeira pintura principalmente nas partes rurais (mas Tóquio também ficou muito bem representada).


Eu não vou me prolongar demais, senão certamente eu já começo a falar coisa que não devo. Mas mesmo se você não seja lá fã de anime, assista, recomendo. É um filme muito bonito, muito humano até, inocente talvez, mas uma premissa totalmente original bem-vinda, ainda mais em tempos onde o mundo anda tão maluco e violento (naturalmente não vai ser este filme que vai mudar o destino de ninguém, mas não deixa de ser um respiro positivo no meio de tanta coisa.

Deixo a seguir umas artworks da animação:







4 de nov. de 2016

Guerreiros

Todo dia cedo, quando estou indo para o trabalho, um cidadão me vê perto da rodoviária por onde eu passo e me dá um bom dia.

"Bom dia guerreiro!". É o que ele sempre me diz.

Ele é uma pessoa humilde, vive na rua, creio eu. Já o vi várias vezes na região desta rodoviária, ou perto do coreto, deitado em papelões e coberto por uma manta fina. Ele trabalha lavando carros, ajudando alguns taxistas daquele ponto, em troca de alguns trocados ou comida.

Uma vez me disseram que ele usa drogas (já o vi em estado alterado algumas vezes), e tem uma ferida feia na perna. Vive pedindo ajuda para poder pagar a troca do curativo desse machucado.

Não pede esmola. Pede ajuda.

Se ele realmente usa o dinheiro para esse fim, não posso dizer que sim. Mas posso dizer com certeza que não sou guerreiro assim. Não é questão de comparação pura e simplesmente: não é simplesmente aceitar que esse rapaz e eu vivemos em realidades distintas.



"Guerreiro".

Quem dera eu ser um guerreiro. Falta-me muita coisa para sequer começar a trilhar o caminho do combatente moderno, para conseguir enfrentar o monstro da realidade cotidiana.

Mas pelo menos, tenho sobrevivido a uma batalha por dia. Por trinta anos, praticamente.

Hora então de buscar uma transição do campo de combate. Mudança de tática.

Boa noite, guerreiros.

21 de out. de 2016

Dicionário (im)Pessoal #5

Noção | s. f.

no·ção

Substantivo feminino
1. Ideia que se tem de uma coisa.
2. Conhecimento, notícia.
3. Conhecimento elementar.
4. Exposição sumária.

Fonte

Definições do Dicionário (im)Pessoal:
1. Saber que mexer com uma mulher na rua, especialmente com uma garota de 14 anos, não é algo legal (sim, eu vi isso hoje: um rapaz que trabalhava em uma obra começou a assoviar para a menina voltando da escola, que tinha mais ou menos essa idade, e chamando-a pra entrar na construção com ele; ele me viu e ficou fazendo cara feia pra mim, mas eu fiquei encarando o cidadão e ele se retirou);
2. Saber onde seu direito termina e onde começa o do outro;
3. Entender que a zoeira não tem limite, mas tem hora, e pode ser uma excelente ferramenta de socialização em muitos casos;
4. Assumir nem que seja minimamente suas responsabilidades, deveres e falhas.

***
O Dicionário (im)Pessoal são conceitos de palavras corriqueiras mas que, ao contrário do livro tradicional, foge à regra por permitir interpretações diferentes por cada um que leia aquele termo. Fica a pergunta: o que a palavra da vez lhe traz de experiências, memórias ou sensações? Comente!

14 de out. de 2016

Memórias [Conto]

— Com trinta centímetros de metal atravessado em suas entranhas, só um idiota ainda acredita na fé.

O guerreiro, caído no vau do rio, escuta uma voz espectral dizer isso. Ignorando a fala, e com as poucas forças que ainda lhe restavam, segurou o terço na sua mão, pois não era pela fé que tal objeto era relevante para ele: um belo crucifixo feito de prata pura feito no melhor ourives da cidade de Elarin. Não, não mesmo.

— Assim como tem sido em toda a História, o método mais efetivo para se estabelecer em uma contenda ainda é pelo derramamento de sangue a mando de poucos que “acham” que sabem de alguma coisa. Coitado... Coitados de vocês, almas ignorantes, que por conta da ilusão da honra, acreditam fazer uma gloriosa batalha contra um inimigo que na verdade também é tão torpe. Pena!

Essa voz... Seria a Morte se fazendo presente neste momento?

Para o inferno com isso. Não faz mais diferença, pois o soldado caído não sente mais medo, apenas frio, e morrer agora é só uma questão de tempo. O som dos corvos revoando, escolhendo qual dos corpos seria o mais apetitoso, e dos outros já se banqueteando das vísceras dos derrotados, lhe dão uma mórbida paz. A água corrente e gelada passando por dentro da sua armadura era pacificadora, pois levava embora em tom rubro seu sangue sujo e culpado de outras mortes cujas quais fora o executor. Era este o fim: morrer em batalha buscando conquistar os campos férteis daquela região. Que original...

— Entendi porque concentra suas poucas forças neste objeto, homem — a voz calma e macabra corta os pensamentos do combatente moribundo. — Não é o objeto, é quem lhe deu de presente. São memórias. Você lutou e chegou até aqui não por ideal, mas para fazer jus a algumas memórias. Tolo... Tolo! Não por desejar fazer com que essas lembranças sobrevivam, mas por se apegar a elas dentro de um campo de guerra. Você vai morrer... Sim, e logo... Mas por mais que tenha lutado com bravura, não será sobre você que os menestréis cantarão. Quem lhe deu o presente nunca saberá que fim aconteceu com você, pois até seus mensageiros foram mortos. Essa pessoa... Essa pessoa também morrerá na dúvida, com amargura infinita por não saber que fim teve seu amado. E seu presente... Presente tão belo, será levado por um corvo para um lugar qualquer e por ali perdido, pois sabe que essas aves gostam de coisas brilhantes, ou saqueado por algum fazendeiro ou carniceiro, derretido e vendido para se tornar um dente, uma presilha de cinto ou o detalhe de uma taça para lábios gordos, justo aqueles que ditam quando uma guerra começa ou termina. Ó fim mais imoral terá!

Her Cold Embrace • TheMichaelMacRae
Finalmente, a visão do soldado começa a ficar mais e mais turva. Ainda tem tempo de sentir um fio quente cruzando seu rosto (seria suor ou uma lágrima?), a última fonte de calor que se lembra desde o fim do combate. As pálpebras ficam pesadas, e o dia vira noite rapidamente. Os sons vão ficando longe, sumindo cada vez mais, e por fim, um balbuciar se esvai através do eco que foge pelas lacunas do pesado elmo:

— Te... a... mo...

6 de ago. de 2016

Dicionário (im)Pessoal #4

Orgulho | s. m.

or·gu·lho 
(1ª pess. sing. pres. ind. de orgulhar)

Substantivo masculino
1. Manifestação do alto apreço ou conceito em que alguém se tem.
2. Soberba ridícula.
3. Brio.

Fonte da imagem

Definições do Dicionário (im)Pessoal:
1. Sentimento até certo ponto necessário e benéfico, mas facilmente torna-se corruptível e tóxico, corroendo relações e exacerbando propriedades inúteis;
2. Ego exagerado, facilmente ligado à ignorância, rancor e falsidade;
3. Incapacidade de se admitir com um defeito (que geralmente todos já sabem que se tem).
4. Ironicamente, falta de confiança em si próprio.

***
O Dicionário (im)Pessoal são conceitos de palavras corriqueiras mas que, ao contrário do livro tradicional, foge à regra por permitir interpretações diferentes por cada um que leia aquele termo. Fica a pergunta: o que a palavra da vez lhe traz de experiências, memórias ou sensações? Comente!

14 de jul. de 2016

O encontro

O garoto estava ainda atordoado, ajoelhado, de frente à lápide do finado parente, olhava diretamente para o que estava escrito: o nome, data de nascimento e falecimento e a foto em preto e branco daquele homem que chegara ao fim de seus anos. Claramente o rapaz não aceitava a morte de tal senhor: de alguma forma, e somente agora, ele se deu conta de quão absoluto é o fim de algo que se ama.

Todos que foram ao enterro já tinham ido embora; haviam muitos rostos conhecidos, e outros nem tanto, e aqueles nada reconhecíveis. O entardecer trazia junto da sombra um vento frio, mostrando que o inverno ainda não terminara.

Por que ainda choras, rapaz? — uma voz estranha, quase cadavérica, surgiu próximo do garoto. Assustado, ele olha e vê um cidadão de meia-idade, trajando roupas finas, embora um pouco fora de moda, talvez. Tinha barba muito bem feita e cavanhaque pontudo, um bigote peculiar, cabelo e olhos negros feito carvão e um ar de ironia. O homem toca de leve o ombro do rapaz.

Cemetery Sundown
O garoto estranha um pouco: era impossível este homem ter chegado ali sem que ele visse, já que o túmulo fica em cima de uma colina, e o único caminho disponível era aquele cujo qual o rapaz estava de frente. Voltando a si, o ele comenta para o exótico homem:

— Porque perdi um parente muito querido. Todos ficam tristes quando perdem algo que gostam muito.

Ora, isso não ser novidade para ninguém — fala pacificamente o estranho, enquanto massageia os pelos do cavanhaque. — No entanto, sabes que a morte ser inevitável, então por que insistes em chorar?

O garoto fica maus confuso ainda, Quem diabos é esse cara que acaba de chegar e fica com esse papo agora? Não saberia ele respeitar o momento de dor alheia?

— Olha meu senhor, lidar com perdas é muito complicado. Estou em um momento difícil, e o senhor parece querer caçoar de mim... Respeite minha dor, por favor.

— Meu rapaz, não precisar ficar assim. Apenas acho engraçado vocês, que comemoram o nascer das coisas e se entristecem com desfazer delas, como se fossem absolutas. Tudo vem e vai. Não ser nada separado uma da outra; ambas fazer parte de um longo... processo.

— Quem é o senhor, para vir aqui me dizer isto? Conhecia meu parente?

O garoto estranha muito a fala do senhorio. É um pouco confusa, errada, com graves erros de concordância, mas passa uma firmeza sem igual. O estranho homem olha diretamente nos olhos do rapaz, solta um leve sorriso de canto de rosto e diz:

Eu conhecer seu parente, você, os que já se foram e os que virão, jovem. Eu vir aqui lembrar você de aproveitar o tempo que lhe resta, igualando o que se foi com que ainda fica. Vós perdestes muito de sua energia dedicando a coisas ruins e lembrar de coisas que já se foram, que não há nada mais o que fazer... Memórias ser coisas boas, mas podem lhe atrasar, ofuscar os olhos em virtude de tudo que a vida proporciona graças a uma finada sensação que tu insistes em ressuscitar. 

Lauren Hill Cemetery
"Lembre-se: você está aqui para viver. Para experimentar, arriscar, chorar, divertir, mas no fim, viver. O que há na morte é outra história, morra e descubra. Até chegar sua hora, ame, odeie, comece, termine, respire, inspire, brinque... Pois, pense: hoje subiste este morro para chegar até aqui, e haverá o dia cujo qual você nem de longe isso conseguirá, e depois desse dia, outro dia cujo qual será aqui repousado por muitas ou poucas pessoas. Você tens medo de roubar aquele beijo, pedir teu aumento no trabalho, de puxar papo com a rapariga... Pois não deveria, sabes? No fim, e apenas no fim, descobrirás que muito do que fizeste foi perda de tempo, e um outro punhado de coisas que deixastes para trás por medo de fazê-las lhe será tomado como um vazio. Vivas, meu rapaz, vivas. A cada aniversário, a cada ano, mais e mais estarei perto de ti e de surpresa tomarei o que é meu."

Assustado, o garoto olha para o túmulo do parente finado. Ao voltar o olhar, não vê mais ninguém. Teria sonhado? Não... Claramente não. Era real: o toque, a fala errada, o cheiro do tal homem... Não foi um alerta, e sim um conselho; e por mais misterioso que fora o encontro, o rapaz nãos sente medo.

Ele se levanta, limpa seus joelhos e desce pelo caminho entre covas abertas, jazigos e túmulos. A noite quase que chegara completamente. Mas pensando, na verdade, o raiar de tudo apenas começara a despontar.

8 de abr. de 2016

Dicionário (im)Pessoal #3

Respeito | s. m. | s. m. pl.

res·pei·to 
(latim respectus, -us, .ação de olhar para trás, .espetáculo, atenção)

Substantivo masculino
1. Sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém.
2. Apreço, consideração, deferência.
3. Acatamento, obediência, submissão.
4. Medo do que os outros podem pensar de nós. = RECEIO, TEMOR


Definições do Dicionário (im)Pessoal:
1. Ser capaz de ter empatia pela dor do outro, mesmo quando ainda não tiver tido a experiência de senti-la (o que ainda complica as coisas, porque a dor de um não remete ao outro diretamente);
2. Saber que a zoeira de fato não tem limites (e nunca terá [in]felizmente), mas tem hora, o que a diferencia do mau gosto propriamente dito;
3. Manter uma discussão civilizada dentro dos moldes aceitáveis e adultos, independentemente do grau de instrução dos envolvidos;
4. Admitir que o diferente de você, dos seus gostos, o que você veste ou calça, nada disso tem relevância sobre a integridade física e psicológica de alguém;
5. Admitir derrota, mesmo que ela soe como perda apenas para o nosso ego, que se recusa veemente em acreditar que é inabalável e dono da mais absoluta verdade.

***
O Dicionário (im)Pessoal são conceitos de palavras corriqueiras mas que, ao contrário do livro tradicional, foge à regra por permitir interpretações diferentes por cada um que leia aquele termo. Fica a pergunta: o que a palavra da vez lhe traz de experiências, memórias ou sensações? Comente!

27 de fev. de 2016

Reações (des)Conectadas?

Independent

Eu poderia escrever muita coisa sobre essa foto. Muita mesmo, o tanto de informação que a imagem passa é fora de série. Mas eu gostaria apenas de salientar, no meu ponto de vista, um futuro que eu tenho medo, que eu acho que estamos caminhando para ele cada vez mais afoitos, sem olhar para trás ou sequer pensar onde vamos chegar.

Entenda-se: estamos conectando cada vez mais pessoas, mas não relações. Um like vale cada vez mais que um cumprimento, um meme ou emoji substituem uma conversação, fazem-se entender por si só; eu mesmo costumo muito responder postagens usando memes. Estamos substituindo gradual e imperceptivelmente toda a deliciosa tensão gerada de um encontro real por um smiley genérico, um reforço de egos binário e uma visibilidade que infla a necessidade de participar, não ficando para trás dentre aqueles que se conhece.

Você pode substituir um abraço por uma curtida, por exemplo...

Estou sendo realista, mas não pessimista. Sério. vejo que estávamos de fato nos direcionando para que esse caminho fosse tomado, era um progresso natural até. Talvez não tão rápido, mas ainda assim nada surpreendente, mas a pergunta ainda é: vamos nos tornar somente um número, uma qualificação binária em uma rede "social"?

5 de jan. de 2016

Encoraje um artista


 
 
 



13 de nov. de 2014

Como uma bunda se tornou mais importante que o universo

Veja bem: uma sonda conseguiu esta semana a proeza sem precedentes de pousar em um cometa. Feito épico, com possibilidade de se estudar mais sobre a origem de toda a vida, envolvendo o investimento de no mínimo um bilhão de dólares e que, se tudo der certo, em algum tempo teremos a análise química da estrutura do corpo celeste fornecendo melhores dicas e possibilidades de estudo sobre o universo que nos cerca.

Imagem feita pela sonda Philae do cometa 67P/, captada na quarta
Mas pra grande maioria das outras pessoas, isso não faz diferença. Temos coisa melhor pra nos preocupar, tipo... uma bunda.


A repercussão das fotos da socialite Kim Kardashian essa semana foi estrondosa. Estrategicamente falando, foi um grande acerto da personalidade, que possui um marketing impecável a ponto de ganhar uma página dupla na Paper e mais de meio milhão de likes no Instagram. Fotos foram feitas milimetricamente estudadas para impactar e até este meu post vai fazer alguns prováveis leitores a procurar mais sobre a atriz - a crítica foi previamente planejada para dar força ao mito. Não é genial?

Tudo previamente preparado a ponto de fazer o pouso pioneiro se tornar... nada. E olha que fomos inclusive capazes de obter sons do tal cometa.

Break the Internet. Bingo.

Perdemos por uma bunda. O viral se tornou nádegas rentáveis minuciosamente arquitetadas para funcionar como se fossem um furor na web.

Não que esteja reclamando de uma bunda. Sinceramente, eu gosto muito de uma. Mas isso só mostrou o foco das pessoas, seu real interesse, o que cada um procura e dá valor quando se abre um navegador e digita um endereço qualquer - provavelmente a fim de bisbilhotar a vida do outro, invejar o sonho alheio como se fosse seu e viver uma infeliz falácia diária.

E a bunda ganha capas de jornais e milhares de cliques rentáveis.

O tal pouso? Uma notinha ali no canto.

Temos toda a possibilidade de mudar de fato tudo aquilo que acreditamos estar errado e sim, criar uma humanidade mais organizada, de forma a diminuir todos os erros primários que estamos cansados de ver todos os dias.

Mas nem preciso comentar onde nós sempre "preferimos tomar", não é mesmo?

9 de set. de 2013

Prestem atenção em mim!



*****
Os trabalhos desse cara são fantásticos, quadrinhos com citações que são tapa na cara da gente que nos acomodamos com muita coisa aí e vivemos esquecendo do que realmente importa. Quem manjar de inglês pode acessar aqui o site original do cara, mas no Brasil o Outros Quadrinhos está oficialmente traduzindo o material dele. 

16 de abr. de 2012

Dicas de linguagem corporal

Eu sou um admirador nato da psicologia.

A tentativa de se compreender os mistérios e a lógica humana é uma missão sem precedentes. É uma dificuldade imensa em certos aspectos, já que muitas vezes não temos uma linearidade lógica suficientemente precisa para detectar com precisão nosso próximo curso de ação.

Mas certamente, alguns outros detalhes podem ser detectados e tem uma certa generalidade. O infográfico em inglês abaixo mostra dicas preciosas para entender e decodificar sinais do que a pessoa está mostrando no momento através de sua linguagem corporal.