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9 de set. de 2016

Setembro Amarelo: porque é importante sim estar aberto a ouvir qualquer pessoa

No mês de setembro, começa a campanha do Setembro Amarelo: para quem não sabe, é o mês que se desenvolve uma campanha conscientizadora contra o suicídio, além de também promover meios para combater o tabu cujo qual o tema está envolvido. Em 2016, o ponto alto da campanha se dará no dia 10/09, e o tema é abordado no mundo todo. No Brasil, desde veículos tradicionais de comunicação (Estadão e o Jornal do Brasil, por exemplo) a até times de futebol engajam-se no assunto.

Uma pessoa se mata no Brasil a cada 45 minutos; no mundo, uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos. É muita coisa, incapaz de se passar desapercebido. Inclusive, esta semana um rapaz de 16 nos se matou aqui perto de casa, pulando do quarto andar de um prédio. Uma moça que passava próximo a ele ainda o escutou dizer, antes de vir a desfalecer no asfalto:

Diz pro meu pai e pra minha mãe me perdoarem, tá?

Mas este texto foi feito com um outro propósito. Por esses dias, uma imagem começou a rolar no Facebook. Achei-a muito pertinente: é esta a seguir:


A descrição que acompanhava o post da imagem era a seguinte:

#SetembroAmarelo
.
Esta campanha é de incentivo as pessoas procurarem ajuda de um profissional de Psicologia! [grifo meu]
Setembro Amarelo é um movimento mundial que objetiva conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos. 
O suicídio é considerado um problema de saúde pública e mata 1 brasileiro a cada 45 minutos e 1 pessoa a cada 40 segundos em todo o mundo. 
O movimento Setembro Amarelo é estimulado mundialmente pelo IASP – Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio.
Procure ajuda de um Profissional de Psicologia. [grifo meu]
http://www.crpsp.org/site/
http://cvv.org.br/

Achei a imagem muito pertinente e compartilhei. Não tarda, algumas pessoas começam a refutar a ideia, mandando um X de vermelho e criticando justamente o que grifei no texto citado acima.

Não sou psicólogo, embora muitos amigos insistem em dizer que deveria ter sido um. E nunca gostei do termo "conselhos", pois é muito fácil opinar sobre algo que você não está envolvido (sempre preferi falar sobre "o meu ponto de vista" sobre algo).

Mas de uma forma ou de outra, onde quero chegar: às vezes, um papo pode ser a diferença entre a vida e a morte de alguém. Podemos, mesmo sem uma formação formal, pelo menos incentivar uma pessoa com um quadro que pode vir a se tornar suicida a ter uma atitude um pouco mais positiva ou, no mínimo, criar coragem para ir a um profissional especializado.

Nunca serei capaz de substituir um bom profissional para esses casos, mas posso pelo menos, me manter aberto e interessado na saúde mental básica a alguém, indicando aqueles que por sua vez poderiam de fato ajudá-la. Ela precisa saber que é importante, que tem sim um papel neste mundo, e que mesmo que esteja em profunda tristeza, não significa que não há nada que possa fazer.

Sempre há alguma coisa a se fazer sim. E se para essa pessoa minha inbox for útil, assim será.

Quem nunca se sentiu sufocado, a fim de conversar sobre algo só para descarregar aquela coisa ruim? Para fazer isso, é certo que a pessoa confie na outra para fazê-lo.

Fique completamente atento a sinais que uma pessoa que pode vir a se suicidar revela. No entanto, nunca, nunca ignore-a ou faça-a achar que você não pode, pelo menos minimamente, contribuir para fazê-la se sentir útil e importante, necessária, que sua vida interrompida de forma abrupta não será boa para ninguém.

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